Como ficam imóveis na planta, com disparada do INCC em 2020? Índice que corrige o saldo devedor dos imóveis comprados na planta subiu 1,29% em novembro; veja se é mais vantajoso financiar ou comprar agora
Como ficam imóveis na planta, com disparada do INCC em 2020?
Índice que corrige o saldo devedor dos imóveis comprados na planta subiu 1,29% em novembro; veja se é mais vantajoso financiar ou comprar agora.
Quem tem um imóvel na planta provavelmente levou um susto nos últimos meses: as parcelas devem ter apresentado uma grande correção. Isso porque o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) tem crescido acima da média vista nos últimos anos.
Em novembro deste ano, o INCC cresceu 1,29%. A inflação foi menor do que a vista no mês anterior, quando o INCC apresentou uma alta de 1,69% e registrou a maior alta mensal desde julho de 2015, mas segue alta. Em janeiro deste ano, por exemplo, a expansão havia sido de apenas 0,26%. De janeiro a outubro de 2020, o índice acumula aumento de 7,71%. Nos últimos 12 meses, a alta bateu 7,86%.
O converssamos com especialistas para entender quais áreas são afetadas pela alta do INCC; se há alguma previsão de desaceleração no crescimento do índice; e qual a melhor opção atualmente entre comprar um imóvel na planta ou optar pelo financiamento.
O que é e para que serve o INCC?
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) tem como objetivo medir a evolução dos custos de construções habitacionais. O indicador tem três grandes componentes: materiais e equipamentos, serviços e mão de obra.
Alguns exemplos de materiais e equipamentos são: areia, cimento, esquadrias, impermeabilizantes, instalações elétricas e hidráulicas, ladrilhos e vergalhão. Serviços podem ser carreto para entulho e despesas com projetos arquitetônicos, por exemplo. Já a mão de obra diz respeito à contratação de profissionais como engenheiros, pedreiros, pintores e serventes.
Os aumentos de custos em cada área são coletados mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em seis capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre e Brasília.
O INCC tem três desdobramentos: o INCC-DI, o INCC-M e o INCC-10. A única diferença é o período de coleta e divulgação dos dados. O INCC-DI é pesquisado entre o 1º e o último dia do mês de referência. O INCC-M, entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. Por fim, INCC-10 é coletado entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Geralmente, construtoras e incorporadoras usam o INCC-DI e o INCC-M em seus contratos. O índice é indexador das parcelas de imóveis em construção.
Mas ele não serve apenas para propriedades não entregues: o INCC-M também compõe 10% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel. Em novembro deste ano, o IGP-M chegou a uma valorização de 24,25% em 12 meses.
Por que o INCC está subindo tanto?
A taxa mensal do índice começou a aumentar a partir de julho deste ano. Veja na tabela abaixo:
Ana Maria Castelo, economista da FGV e responsável pela divulgação do INCC-M, afirma que a alta refletiu o aumento significativo no grupo de materiais e equipamentos, especialmente no mês passado. Em outubro, apenas a cesta de materiais e equipamentos teve alta de 4,12%. “Não víamos essa expansão desde 2002”, diz.
A economista afirma que a pressão costumava vir mais da mão de obra. O começo da pandemia trouxe uma paralisação nas atividades de construção, fazendo com que os profissionais deixassem de pressionar os custos do segmento.
Ao mesmo tempo, houve um desarranjo na produção dos materiais de construção. “Olhando para uma situação geral ruim na economia, a indústria que fornece insumo para a construção civil cancelou investimentos de longo prazo e reduziu sua produção. Mas o mercado imobiliário voltou rápido”, analisa Rodger Campos, economista do DataZAP.
“A taxa básica de juros baixa deixou o financiamento atrativo, assim como investidores viram nos imóveis uma opção de aplicação mais estável do que a bolsa de valores neste cenário de incerteza. Outros setores também pedem os mesmos materiais, como infraestrutura e saneamento. Esse descasamento entre oferta e demanda levou ao aumento de preços”, diz Campos.
“Houve uma projeção errada de que a demanda cairia fortemente. Mas as pessoas de quarentena decidiram fazer reformas em casa e a procura por materiais no varejo se recuperou fortemente, chegando a um patamar inclusive superior ao visto antes da pandemia. As construtoras também viram demanda por imóveis novos e retomaram obras, gerando uma pressão dupla sobre um segmento que passou a ter falta de insumos”, completa Ana.
Fonte: InfoMoney
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