Segundo levantamento realizado pelo IBGE em 2022, o número médio de moradores por domicílio no Brasil é de 2,79, sendo que 15,9% desses domicílios são ocupados por apenas uma pessoa. Apesar dos contextos adversos, como a pandemia, esse fato ainda é uma tendência que molda o futuro em todas as regiões do País.
Com o público single cada vez mais expressivo, surge também a demanda por econômicos compactos que considerem as necessidades cotidianas para além dos limites do apartamento, resultando em empreendimentos com áreas comuns mais equipadas.
O co-living é uma fórmula pensada para compartilhar custos e experiências, portanto esse conceito pode ser referência, até mesmo, para os lançamentos Casa Verde e Amarela, garantindo projetos bem adequados e completos para quem vive sozinho. Próximos a estações de metrô de São Paulo, há exemplos de empreendimentos como o Orbi Saúde, Bem Viver Itú, Mundo Apto Pacaembu e, da mesma maneira, nos polos concentradores de empregos e de instituições de ensino já se vê projetos como o Viva Benx Casa do Ator e o Metrocasa Congonhas.
De acordo com pesquisa encomendada pela Vitacon junto ao IPESPE - Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, 55% dos paulistanos aceitariam compartilhar alguns espaços da moradia. Os empreendimentos com essas características, inspirados nos co-livings, parecem funcionar bem em pontos de interesse que possuem alto preço do solo, possibilitando que as pessoas vivam mais próximas de seus empregos, lazer e tenham facilidade no deslocamento.
O que há nas áreas comuns dos residenciais econômicos?
A comodidade das áreas comuns é um aspecto importante também nos empreendimentos econômicos. Os recentes lançamentos mostram isso na prática, oferecendo espaços como coworking, espaço delivery, minimercado pet place e lavanderia coletiva!
A segurança é um fator decisivo que faz as pessoas procurarem os condomínios para se viver, e a infraestrutura das áreas comuns também conta (e muito) na hora da compra de um novo imóvel. Os recentes lançamentos e a evolução dos produtos econômicos mostram na prática como esse mercado está cada vez mais competitivo.
Depois das piscinas nos empreendimentos econômicos, o lazer dos condomínios foi ainda mais longe, contando até mesmo com brinquedoteca, espaço-lareira e pet place, incluindo pet care. O Now Mião, empreendimento da EBM, por exemplo, se enquadra no programa Casa Verde Amarela e promete entregar quadra de vôlei de praia, um espaço que costuma ser visto apenas nos mais completos condomínios-clube.
No quesito comodidade, o Now e Wish e o MAX Buriti, da Vega, oferecem o espaço delivery, também entendeu as novas demandas: seus empreendimentos, que já contavam com varanda gourmet e suíte, agora possuem até ponto para carro elétrico e coworking.
A pressão sobre os custos da construção civil dificulta que os empreendimentos da faixa um do Minha Casa Minha Vida driblem os padrões construtivos. No entanto, as plantas econômicas seguem cada vez mais inteligentes e, aos poucos, as áreas comuns também.
Conteúdo por Thainá Rocha Neves
Arquiteta dedicada à pesquisa desde o inicio de sua formação, sempre atenta ao que surge de melhor para a criação de cidades mais sustentáveis.
Preço dos apartamentos aumentaram: entenda a causa
Explore as causas profundas por trás do aumento dramático no preço dos apartamentos e prepare-se para ações estratégicas no mercado imobiliário.
Nos últimos cinco anos, o mercado imobiliário brasileiro tem presenciado uma escalada impressionante nos preços dos apartamentos. Um estudo recente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revelou um aumento de mais de 50% desde 2019, um fenômeno que coloca tanto corretores quanto investidores em alerta.
Análise de Causas
Durante a pandemia da COVID-19, ocorreram significativos aumentos nos custos de materiais essenciais para a construção civil, como aço, cimento, alumínio e cobre. Estes materiais são fundamentais na construção de apartamentos e, quando seus preços sobem, o custo total para construir um imóvel também aumenta. Este fenômeno é uma das principais razões para o aumento dos preços dos apartamentos observados nos últimos anos.
Além disso, a taxa Selic, teve um papel importante neste contexto. Embora ela tenha diminuído para 10,50% em 2024, partindo de 13,75% anteriormente, essa redução não conseguiu mitigar o impacto do aumento dos custos de construção. Normalmente, uma taxa Selic mais baixa pode tornar o crédito mais acessível e barato, o que poderia ajudar a manter os preços dos imóveis mais baixos ou estáveis.
No entanto, devido à diminuição no número de novos imóveis sendo construídos—uma consequência da escassez e do alto custo dos materiais —, a oferta de apartamentos novos no mercado reduziu significativamente. Com menos apartamentos disponíveis para venda, os preços tendem a subir, pois a demanda permanece constante ou até aumenta, dependendo da região e de outros fatores econômicos.
Em termos numéricos, o índice da CBIC que mede os preços dos apartamentos atingiu 171,9 pontos no primeiro trimestre de 2024, um salto de 54,4% em comparação com cinco anos atrás. A quantidade de lançamentos imobiliários também caiu, com uma redução de 9,6% no número de novas unidades disponíveis. Contudo, o programa Minha Casa Minha Vida apresentou um aumento de 24,7% nos lançamentos, graças aos incentivos recentes do Governo Federal.
Impacto no Comportamento do Consumidor e no Mercado Imobiliário
Os elevados preços estão direcionando as estratégias de compra dos consumidores, que agora buscam mais ativamente por opções de financiamento vantajosas ou se voltam para o mercado de imóveis usados. Para os investidores, o cenário sugere uma cautela maior e uma análise rigorosa dos retornos potenciais sobre os investimentos em imóveis residenciais.
O aumento nos preços dos apartamentos no Brasil é um indicativo claro das transformações no mercado imobiliário que exigem uma resposta rápida e bem informada de corretores e investidores. Entender os fatores que contribuem para essa alta e adaptar as estratégias de venda e compra são essenciais para continuar prosperando neste mercado dinâmico. Afinal, estar bem informado e preparado é o primeiro passo para transformar desafios em oportunidades.
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